Bocaina tem sexta-feira inauguração da reforma do prédio da Estação Ferroviária, do Emprega SP e show de Viola.

Bocaina tem sexta-feira inauguração da reforma do prédio da Estação Ferroviária, do Emprega SP e show de Viola.


Publicado em: 19/05/2009 00:00

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O prefeito de Bocaina, João Francisco Bertoncello Danieletto, o Kiko Danieletto (PV), inaugurará às 19:30 h de sexta-feira, dia 22,a reforma da antiga estação ferroviária da Douradense, de 1910. Também entregará o programa do Governo do Estado “Acessa SP”, internet gratuita à população; o Balcão de Empregos e a casa do artesão, que funcionarão no próprio prédio da estação. Eventos em comemoração aos 118 anos de Bocaina, que serão completados no dia 23.           
Na noite de sexta-feira, das 20 às 22 horas, tem ainda a apresentação da Orquestra de Viola, de Itapuí, na praça Remígio Diegues(praça da Rodoviária).           
“São obras e programas conseguidos junto ao Governo do Estado, com apoio do deputado federal, Arnaldo Jardim. O Acessa SPdará acesso gratuito à internet à população e estudantes. E o Balcão de Empregos, em ano de crise econômica, possibilitará aos trabalhadores e jovens novas oportunidades de trabalho”, afirma Kiko Danieletto (PV).           
Ele acrescenta ainda que “recuperamos valioso patrimônio histórico e cultura de nossa cidade. A estação de trem foi de imensurável importância para a história de Bocaina”.           
Estação ferroviária Douradense           
Casa da Estação de trem da Companhia de Estrada de Ferro Dourado (Douradense), foi inaugurada no dia 8 de junho de 1910em Bocaina durante a primeira viagem de trem “Maria-Fumaça” de Bariri até Bocaina, na época áurea do café. Bocaina fica localizada no centro geográfico do Estado e tem 11 mil habitantes.           
A Cia. Douradense foi encampada em 1949 pela Cia. de Estrada de Ferro Paulista e desativada em Bocaina no dia 15 de setembrode 1966.           
A reforma da antiga casa da estação é total. Inclui troca de telhado, forro, toda parte elétrica, hidráulica, piso e pintura internae externa, conservando, na medida do possível a originalidade do prédio.            Abandonada havia 42 anos, a estação foi inadequadamente usada entre 1996-2004 como sede da Banda Marcial de Bocaina pela prefeitura.            
Foram investidos em toda a obra R$ 154.880,25 – sendo R$ 150 mil da Secretaria de Economia e Planejamento do Estado deSP e R$ 4.880,15 de contrapartida da prefeitura. Recurso liberado pelo subsecretário da Casa Civil, Rubens Cury, com participação dodeputado federal, Arnaldo Jardim (PPS), e R$ 5.166,78 de contrapartida do município.           
Douradense           
Em Bocaina, o trem foi o principal meio de transporte de passageiros e carga, pelo menos até o início dos anos de 1960.           
A Douradense iniciou em outubro de 1900 a construção dos primeiros 10 quilômetros, partindo de Ribeirão Bonito (ramalde S.Carlos, com bitola métrica)  usando bitola de 0,60 m. Em dezembro daquele mesmo ano fez outros 10 quilômetros até Dourado, de acordo com o livro “Uma cidade e um pouco de sua história”, do estudioso e autodidata bocainense Walmir Furlaneto.           
Em 20 de agosto de 1906, a Douradense inaugurou o trecho Boa Esperança do Sul a Ponte Alta (17 km). Mas com oalongamento da bitola para 1 metro, a linha antiga foi suprimida, sendo desviada para Trabiju.           
Apito da Maria Fumaça           
A ansiedade no dia 8 de junho de 1910 tomou conta da população de Bocaina. Neste dia chegou o primeiro trem (“Maria Fumaça”) vindo de Bariri. Quando ele parou na estação aconteceu uma grande festa, gritos, fogos de artifícios, salvas de palmase exibição da Banda Carlos Gomes. O prefeito de Bocaina na época era Ulisses Corrêa, relata Furlaneto.            
O tradicional apito da Maria-Fumaça, durante 56 anos, anunciava sua chegada à estação de trem e causava alvoroço nas pessoas.Dava-se para ver por trás das árvores e de longe a fumaça das chaminés, com o trem carregando café e passageiros.            
De acordo com autor do livro, a Maria-Fumaça passava em dois horários em Bocaina: às 7h30 de Bariri para Trabiju, onde as pessoas podiam seguir até S.Carlos, com baldeação seguinte em rio Claro, Campinas, Jundiaí e S.Paulo.           
No horário da tarde, às 17 horas, o movimento de pessoas na estação ferroviária era grande. Porque vinham na Maria Fumaça correspondências dos Correios, jornais e filmes que eram exibidos no cinema da cidade.           
Zé Revisteiro
No trem, os passageiros podiam comprar revistas e jornais.           
Em 1935, eram vendidos pelo senhor José Lopes, conhecido como “Zé Revisteiro”. Ele trabalhou como vendedor de revistas ejornais durante 31 anos da Douradense até 1966, quando a companhia foi fechada, ainda segundo Furlaneto.           
A Maria-Fumaça saía de Bariri e passava pelas seguintes estações (zona urbana e rural): Santa Eulália, Taboca, Posto Rangel,Izar, Bocaina, Pedro Alexandrino, Major Novaes, Trabiju, Sampaio Vidal e Ribeirão Bonito.           
Apito do Adeus
A locomotiva número 730 da Douradense chegou na estação de Bocaina às 16h30 do dia 15 de setembro de 1966. Era a última viagem por Bocaina, causando tristeza, mas levando saudades e lembranças boas do povo bocainense.           
Sua partida deixou a “Casa do Chefe da estação”, o senhor Remígio Diegues, que exerceu o cargo quase 50 anos. Ele morava em uma casa construída pela douradense a menos de 50 metros da estação, que depois dos anos de 1980 virou biblioteca municipal.           
A estação e armazéns da Cia Estrada de Ferro Douradense e depois Paulista de Bocaina foram comprados pela Prefeitura na gestão do prefeito Alfredo Sormani Júnior (anos 80) pelo valor, na época, de Cr$ 163 milhões (moeda da época).            
Em Araraquara a locomotiva número 1 da Douradense apodreceu num terreno da indústria Nigro.           
Cores das Locomotivas
Segundo o livro “Uma cidade e um pouco de sua história”, de Furlanetto, as locomotivas eram “chiques”. Tinham cores preta, com cintos e bordas de chaminé, e dourada. A placa na cabine também possuíam letras douradas.           
Os carros de passageiros tinha cor marrom, teto de alumínio, letras, números e distintivo em amarelo ou dourado.           
Já os vagões eram vermelho-óxido, teto de alumínio e letras brancas.            
Números
A Douradense possuía 18 locomotivas, sendo 9 Tem Weeler (4-6-0), 2 Consolidation (2-8-0), 4 Mogul (2-6-0), e 2 american (4-4-0); 19 carros de passageiros e 230 vagões de carga, conta Furlanetto.            
As locomotivas American andavam somente nos trechos de Tabatinga-itápolis e Dourado-Trabiju, a uma velocidade de 35 km/h.


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